Fotógrafo registra seus olhares sobre Petrolina em livro digital

by - abril 19, 2021

 ‘A cidade que me acolheu: Petrolina em colagens e fotografias’ está disponível para acesso gratuito

| Catedral Sagrado Coração de Jesus e Concha Acústica, pelos olhares do fotógrafo | Foto: Caio Alves |

Petrolina é um município com mais de 350 mil habitantes, segundo a estimativa feita pelo IBGE em 2020, e cada um deles enxerga o lugar de uma forma diferente. Um morador em especial, o fotógrafo e jornalista Caio Alves, decidiu registrar suas visões sobre a cidade no fotolivro ‘A cidade que me acolheu: Petrolina em colagens e fotografias’. As imagens mostram locais mais turísticos, como a Catedral Sagrado Coração de Jesus, e outros menos badalados, como as ruas do bairro Cohab Massangano, todas captadas sob a perspectiva particular de seu autor. A obra está disponível online e pode ser acessada gratuitamente.

Caio Alves é natural de Juazeiro e atravessou a ponte para morar em Petrolina há cinco anos. Durante esse tempo, nunca havia desenvolvido um trabalho especificamente sobre o município pernambucano. ‘A cidade que me acolheu’, então, nasceu como o pagamento de uma dívida. O jornalista explica que as imagens refletem diferentes visões sobre Petrolina registradas ao longo da vida e que, mesmo quando retratam pontos turísticos, as fotografias não fazem isso de uma forma convencional. “Busquei colocar meu olhar e reviver alguns momentos da infância e adolescência. Às vezes, quem estava ali não era o Caio de 30 anos, e sim o Caio criança que ficava encantado com a grandiosidade da Catedral - e curioso para saber como era por dentro - ou o Caio jovem, que começou a trabalhar e estudar na cidade e acabou conhecendo novos locais”, conta.

De acordo com o fotógrafo, o livro funciona como um passeio por Petrolina. “Mostro os locais que costumo andar, fazer trabalhos fotográficos e relaxar. É a Petrolina em que vivo: as janelas dos ônibus que pego, o jardim da Cohab Massangano, as cores dos casarões de Petrolina Antiga e o movimento de um sábado na feira. É um passeio em que fui lá atrás, na infância, para lembrar das primeiras sensações que tive ao conhecer cada local que registrei para esse livro. Quem acessar o livro também está convidado a fazer essa descoberta”, declara. Percorrer esses cenários em uma pandemia, aliás, foi um desafio para Alves, que precisou conciliar a fotografia com a realização de atividades essenciais ou, quando não era possível, teve que escolher os dias e locais menos movimentados para captar suas imagens.

Alguns aspectos são recorrentes em todo o fotolivro: as cores fortes, os elementos da natureza, as formas geométricas repetidas. Para Caio Alves, as características associadas à realidade sertaneja são uma parte importante de sua obra. “Gosto de trabalhar com cores quentes. Certa vez, eu disse para um amigo artista plástico que tento aproximar com a cor do ambiente que estou fazendo a fotografia, e que gostava de colocar as cores do Sertão: o amarelo e o marrom. O amarelo pela questão do sol forte e o marrom por conta do nosso chão”, comenta. As paredes dos casarões da Petrolina Antiga e um barco parado às margens do Rio São Francisco são exemplos do uso dessas cores que estão presentes no livro.

| Através da colagem, fotógrafo transporta a Catedral para as margens do Velho Chico | Arte: Caio Alves |

Além das fotografias, ‘A cidade que me acolheu’ também reúne colagens feitas por Alves, que fazem surgir novas facetas de Petrolina ao mesclar lugares, como igrejas, e símbolos culturais, como as carrancas. O autor do livro relata o processo de criação de uma das obras. “A primeira colagem que fiz para o trabalho foi com a Catedral perto do Rio São Francisco. Fiquei imaginando como ela ficaria na beira do rio com os barcos passando perto dela. Depois busquei colocar construções antigas, como a Catedral, um monumento e os casarões de Petrolina Antiga junto com edificações novas. É uma maneira de brincar com a imaginação”, lembra Alves.

A obra recebeu incentivo da Secretaria Executiva de Cultura de Petrolina, através da Lei Aldir Blanc, e tem apoio cultural da Sol e Cacto Comunicação, da Rotas do Vale e do Fórum Popular de Cultura de Petrolina/PE. Outras informações sobre o livro e o autor podem ser acessadas em seu site oficial e também no perfil do Instagram do fotógrafo.

Texto: João Pedro Ramalho

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