Projeto da artista Juliene Moura tem apoio da Lei Aldir Blanc PE
| Foto: Arquivo pessoal | |
Reverberar os saberes tradicionais e a memória das benzedeiras e rezadeiras do Vale do São Francisco, é esse o intuito de ‘Bença Vó, me benze?’, idealizado pela artista visual Juliene Moura. E é por meio de múltiplas linguagens artísticas que o projeto, realizado em Petrolina, sertão de Pernambuco, pretende partilhar a trajetória daquelas que dedicaram suas vidas ao ofício da cura através das rezas e benzimentos. O evento contará com produção de pintura muralista, oficinas e se encerrará no dia 29 de janeiro (sábado), a partir das 17h, com mostra gratuita aberta ao público no bairro São Gonçalo.
Realizada de maneira coletiva, a pintura em muros da comunidade abriu o evento no dia 26 de janeiro (quarta-feira). Através da união de diferentes técnicas artísticas, a obra pretende despertar a aproximação com a temática a partir da colagem de fotografias das rezadeiras que compõem a pesquisa. Todo o processo de produção do projeto será transmitido ao público nas plataformas e redes sociais. Além do mural temático, ‘Bença Vó, me benze?’ contará com oficina de pintura muralista para jovens que residem no São Gonçalo e comunidades vizinhas entre os dias 26 e 28 de janeiro, a partir das 16h, na rua 37 do bairro petrolinense.
Ao fim das atividades formativas, ‘Bença Vó, me benze?’ se encerrará com uma mostra aberta ao público, também na rua 37, a partir das 17h, e terá em sua programação intervenções artísticas e apresentação dos resultados da oficina. “Priorizamos a partilha com os moradores da comunidade, assim como buscamos utilizar recursos de acessibilidade, como a tradução em libras do material publicado nas redes sociais. Fazendo, assim, com que outras pessoas se sintam pertencentes e passem a buscar suas raízes”, afirma Juliene Moura.
O projeto surgiu de pesquisas realizadas de forma independente em comunidades periféricas de Petrolina. De acordo com a artista visual, a ideia nasce da busca pela própria história e da localidade em que reside. “Sou moradora do São Gonçalo há 28 anos e neta de benzedeiras. Entender qual a minha identidade, de onde venho e quem eu sou foi o norte que me guiou nesta pesquisa. Isso através da minha ancestralidade a partir das minhas avós”, explica Juliene.
Além dela, os demais integrantes que compõem a ficha técnica também são oriundos da Zona Oeste do município. “O sentimento de pertencimento atravessa todas as camadas deste trabalho. Os serviços e materiais, por exemplo, foram adquiridos aqui no bairro, fortalecendo a cadeia produtiva da própria comunidade”, descreve. ‘Bença Vó, me benze?’ foi desenvolvido através do edital Criação, Fruição e Difusão, do LAB PE 2021, com recursos da Lei Aldir Blanc.
[T] Mayane Santos / Ascom
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