Imagens que retratam a Cultura LGBT+ no Brasil e no Mundo

by - maio 17, 2020

O Culturama fez uma lista especial para o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia

Imagem de divulgação da série 'Pose'

A luta contra o ódio às pessoas LGBT+ é diária. Algumas conquistas ao longo dos anos foram significativas para a comunidade celebrar abertamente o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia em várias partes do mundo (infelizmente, em alguns países ser Gay ainda é considerado um crime). Foi apenas em 1990 que a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com a exclusão do termo da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), no dia 17 de maio daquele ano. Essa então foi a data escolhida para reafirmar a luta contra a discriminação das pessoas LGBT+ anualmente.

Nesse dia, que serve para conscientizar toda população sobre a violência sofrida dia a dia pela comunidade, o Culturama preparou uma lista especial de indicações para entender melhor sobre sua história e produção artística no Brasil e no Mundo. Entre filmes e séries, é possível saber um pouco sobre alguns movimentos LGBT+ e suas conquistas.

Paris Is Burning 


The category is... um fantástico mundo escondido nos guetos de Nova York. O documentário 'Paris is Burning' registra imagens e depoimentos da Cultura dos balls (bailes) na cidade americana,  na década de 1980. Reduto da comunidade gay - principalmente negra - marginalizada pela sociedade, esses espaços eram de muito close, um dos poucos momentos de glória para quem o frequentava. Houses (casas) de drags/transformistas/bailarinos/modelos disputaram títulos em diversas categorias. Nesses locais foi que surgiu o movimento vogue, dança que ganhou o mundo com o clipe da Madonna.

Esse é um filme essencial para entender muito do que vem ganhando espaço na mídia ultimamente, como as drags queen em nossas próximas dicas. O filme estava no catálogo da Netflix, mas saiu recentemente. Ainda é possível encontrá-lo na internet. A Netflix inclusive anunciou uma versão extendida do documentário para 2020.

Pose


The category is... viva a fantasia, mas não esqueça a realidade. A ficção também já retratou o universo dos "balls" na televisão. A série americana Pose conta os dramas de Blanca, mulher trans que decide abrir uma própria “casa” para abrigar jovens da comunidade gay. Sem dúvidas, é uma série muito emocionante. Fica impossível não se envolver com os personagens que vivem dilemas entre a saúde ameaçada pelo HIV, os sonhos limitados pela vulnerabilidade social, os romances e muito preconceito.

Ryan Murphy (mesmo de Glee e American Horror Story) cria mais uma obra que dá voz ao público LGBT+ e com fortes discussões que ainda hoje são necessárias. A primeira temporada está disponível no catálogo da Netflix. A série teve uma segunda temporada e já foi confirmada para terceira.

Dzi Croquettes


The category is... uma trupe de brilho, barba e salto alto. Os Dzi Croquettes são fascinantes, em tudo. O grupo vanguardista foi um marco na história do Teatro nacional, na década de 70. Imagine a revolução de homens que borram os limites de gênero em cena em pleno período ditatorial no Brasil... Parte dessa história é contada neste documentário lançado em 2010.

Essa revolução nos palcos é uma forte luta política na base do deboche. Em tempos tão sombrios na esfera federal, precisamos assistir ou reassistir esse filme e aprender com os integrantes do Dzi como incendiar as regras.

Tatuagem


The category is... um cabaré de afetos. No mesmo universo do Dzi Croquettes, o filme Tatuagem (2013) conta histórias em torno de um grupo de teatro revolucionário durante a Ditadura Militar, só que ficcional. No encontro entre Clécio (Irandhir Santos) e Fininha (Jesuíta Barbosa) é que há o choque entre a subversão e o militarismo. Tatuagem é um filme para o deleite, rir e se emocionar.

Uma história com um bom roteiro, imagens fantásticas, interpretações incríveis e uma trilha sonora que é um show à parte. Um filme para assistir mais de uma vez. "Meu favorito da lista. Não só por ser pernambucano, mas pelo envolvimento que ele é capaz de criar. Assisti ele em uma sessão especial com parte da equipe, durante o Festival Vale Curtas (inclusive, saudades do projeto)".

RuPaul’s Drag Race


The category is... a gente nasce nu e o resto é Drag. Quem não curte um bom reality show, não é mesmo? Esse reúne vários em um e com tempero especial, traz desafios de moda, maquiagem, esquetes teatrais e canto, tudo feito por homens de salto alto. É quase impossível que alguém da comunidade LGBT+ minimamente atualizado nunca tenha ouvido falar de RuPaul's Drag Race. A série é uma competição de drag queens apresentada pela famosa RuPaul, que ganhou o mundo com uma legião de fãs e vários spin-off's.

A versão original já está exibindo a décima segunda temporada. O primeiro spin-off foi o RuPaul's Drag U, cancelado em 2013, que eu não indico tanto aos menos apaixonados pela franquia. O segundo foi o  RuPaul's Drag Race: All Star, que reúne as melhores drags das temporadas comuns competindo pela coroa em uma nova categoria, o "Hall of Fame". Recentemente, foi lançado o RuPaul's Secret Celebrity Drag Race, com participantes famosos, que teve apenas quatro episódios. Também há versões do programa no Chile, Reino Unido, Tailândia e, a que vai estrear esse ano, Canadá.

Esse é um programa que teve muita importância para que a arte drag ganhasse visibilidade no mundo todo, até além da comunidade LGBT's. Muitos jovens gays que não se envolviam com essa cultura passaram a admirá-la, incluindo o surgimento de muitas novas artistas, até aqui no Brasil. Não tem como tirar esse mérito do programa, mesmo com algumas críticas ao formato. Para quem não quer começar lá da primeira temporada (o que é interessante), acho que o programa começa a pegar fogo na quarta. As melhores temporadas (para mim) são a 06 e os All Star 02 e 03. Algumas delas estão no catálogo da Netflix.

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