Festival de Teatro da Caatinga, o projeto do Sertão que ganhou o mundo
Conheça o evento que nasceu no sertão baiano e se tornou internacional
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| Foto: redes sociais @festivaldacaatingaoficial | |
O Festival de Teatro da Caatinga se consolida como um polo de arte e intercâmbio cultural, mostrando que o interior da Bahia tem muito a oferecer ao cenário teatral global. O festival será realizado de 14 à 23 de agosto com uma programação de mais de 30 atividades.
Entre as ações, estão espetáculos, workshops, seminários e performances, que serão apresentadas nas cidades baianas de Irecê, Ibititá, João Dourado e Lapão, incluindo comunidades rurais e quilombolas.
O evento, que começou como um festival regional em 2012, evoluiu para uma plataforma de destaque internacional, atraindo propostas de 17 estados do Brasil e fortalecendo laços com a Europa. Para entender os bastidores dessa expansão, conversamos com Paulo Atto, diretor artístico e teatral, curador e dramaturgo.
A força da cultura do Sertão
Para Paulo Atto, a identidade do festival é a principal responsável por atrair olhares de outros países. “Acho que nós temos algo aqui muito particular que é a cultura do Sertão, que é a Caatinga. E isso é algo que o festival reflete”. Ele explica que o nome não é apenas decorativo, mas sim uma preocupação ética e estética de dialogar com o território.
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| Foto: redes sociais / @festivaldacaatingaoficial | |
Atto reforça que a experiência do Núcleo Caatinga, grupo residente do festival, e as turnês internacionais que realizou ajudaram a construir essas pontes. “Ano passado fizemos uma turnê por Portugal, Espanha e França. Ficamos uma semana numa residência no Teatro do Oprimido de Paris. Isso também foi reforçando esses laços internacionais”, conta.
O reconhecimento se tornou ainda mais evidente com os números deste ano. O festival recebeu 182 propostas de 17 estados do Brasil. Segundo o dramaturgo, o espaço aberto para trocas e ações formativas é algo que não pode ser perdido.
A grande marca do evento é “promover o intercâmbio de nível internacional no interior da Bahia”.
Esse ano, trazem nomes de peso como Rui Frati, diretor do Teatro do Oprimido de Paris, e Eugenio Barba, um dos pensadores mais importantes do teatro no mundo.
O diretor ressalta ainda o impacto do festival e do Núcleo Caatinga no desenvolvimento da cena local. “A gente percebe o maior interesse dos jovens, sobretudo, mas de pessoas mais maduras também, em desenvolver uma formação, uma capacitação no teatro”. O Núcleo oferece um curso de formação de atores e atrizes com duração de oito meses, que tem sido fundamental para o surgimento de novos grupos e a busca por qualificação na região.
Para ter acesso a todas as informações sobre o Festival de Teatro da Caatinga, acesse o Instagram @festivaldacaatingaoficial.
[T] Eduarda Silva.
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