Dia Mundial da Fotografia: Anna França retrata alma do Angari
A fotógrafa traz à tona a força e a beleza de uma parte significativa de Juazeiro (BA)
![]() |
| Foto: Anna França | |
A fotógrafa Anna França nos leva para dentro do processo criativo que a conectou com o Angari, bairro de Juazeiro (BA) que foi tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso. Em uma conversa, explica que a escolha foi feita não só pela sua estética e proximidade com o Rio São Francisco, mas pelo sentido de resistência. É uma comunidade ribeirinha, com pescadores que se mantém por anos no centro da cidade, apesar dos desafios e estigmas.
“A ideia inicial era de que esse trabalho se dedicaria a investigar o patrimônio histórico do município, utilizando como base fotografias das décadas 1920 a 1970, [...] No meio desse caminho uma sensação de vazio me tomou”, relata.
“Elas se concentram apenas nos prédios da cidade e faltava a relação com as pessoas e o espaço de convivência.”
![]() |
| Foto: Anna França | |
Sua sensação de incompletude só mudou quando chegou ao Angari e passou uma tarde de observação.
“Lá estava tudo que eu busquei durante um mês: vida, energia, amor dos moradores pela sua localidade, hábitos culturais e de sobrevivência como a pesca, o banho de rio e o cuidado para com a comunidade”.
O Angari mudou o rumo do seu trabalho e também de sua percepção sobre patrimônios históricos.
“O que mais me encheu os olhos, foi me dar conta que o próprio bairro é um patrimônio imaterial de Juazeiro e que um símbolo cultural não precisa, necessariamente, ser uma construção isolada ou construída em homenagem a uma pessoa”.
[T] Eduarda Silva.
0 comentários