Entrevista - José Manoel Sobrinho fala da pluralidade do JGE com maior participação do interior

by - janeiro 12, 2021

 O artista assumiu a gerência de Programação do projeto

| Paulo de Castro e José Manoel Sobrinho estão comandando o JGE Conecta | Foto: Divulgação.

O Janeiro de Grandes Espetáculos chega à 27ª edição cumprindo com o desafio de se adaptar ao novo normal, como todos os artistas nesses tempos desafiadores. O projeto vem como JGE Conecta, contando com 35 espetáculos em formato online, com exibição através do YouTube, e 13 presenciais. A programação do festival está disponível no site do projeto com todo os detalhes.

Muitas novidades chamam atenção nesta nova fase do Janeiro, que contempla, pela primeira vez, as categorias Circo e Mostra de Escolas Independentes de Teatro, Dança e Circo, além das já tradicionais mostras de Teatro Adulto, Teatro para Infância e Juventude, Dança e Música. O festival continua com o porte internacional, mas comparticipações do exterior e outros estados em exibições virtuais.

Destacamos o maior número de grupos do interior do estado na programação, tanto na versão virtual, como na presencial, além da merecida homenagem à Jailson Lima (Petrolina-PE) como representante da Dança. Isso nos indica uma nova forma de se pensar a programação, agora mais voltada para todos artistas pernambucanos. Para comentar sobre o assunto, entrevistamos o gerente de programação José Manoel Sobrinho.

Confira a entrevista:

| Coletivo Trippé se apresenta hoje (12) de forma virtual e sábado (16) no Teatro de Santa Isabel |

Culturama: É perceptível que teve um aumento no número de grupos do interior comparada as edições passadas. É uma demanda do festival essa abertura?

José Manoel: Indiscutivelmente é um número maior do que dos anos anteriores. Isso foi uma coisa pensada, construída, organizada... não foi aleatório. (...) Uma questão que pra nós ter sido importante e que a gente entende que avançou, é a participação da produção cultural do interior pensando o festival. Na etapa de Construção do festival, não é só vir apresentar. Eles participaram de decisões importantes em relação a esse novo formato.

C: Realmente há um novo formato e percebo que essa edição do festival ganhou mais pluralidade e interiorização. Conta mais como esse processo está sendo pensado?

J.M.: O processo de ampliação das relações do Janeiro com a produção do interior está sendo pensado juntamente com o movimento do interior. Tem a Ripa, que é a Rede Interiorana de Produtores, Técnicos e Artistas de Pernambuco e tem vários outros núcleos, como o Fórum de Cultura de Petrolina, a Associação de Artistas de Caruaru e vários outros órgãos que aos poucos o Janeiro está se aproximando. Então, além da Ripa, tem vários núcleos independentes e tem vários gestores públicos que estão sendo de certo modo agregados. Então, a construção da ampliação da relação do Janeiro com o interior está sendo feita com a participação do interior nessa construção.

| Revoredo se apresenta on-line no sábado (16) |

C: Qual impacto que vocês esperam da visibilidade gerada pelo festival para os grupos do interior?

J.M.: O Janeiro de grande espetáculo se pretende e é um projeto estadual, com uma abrangência nacional e internacional. Então, a expectativa que a gente tem, que a gente tem sentido é de que de fato nós estamos conseguindo atingir quase todas as macrorregiões de Pernambuco, com uma forte representação de cidades como Petrolina, Arcoverde, Tabira, Garanhuns, Caruaru, Surubim, Vitória, Pesqueira... O impacto que a gente tem é de que o Janeiro democratize mais o acesso, inclusive com melhores condições pra que a produção do interior esteja presente, porque não tem como você dar as mesmas condições que você dá a um grupo da capital pra quem tá no interior que tem todo um acréscimo de despesas, de deslocamento. Então, o janeiro trabalhou numa perspectiva mais democrática e mais acessível.



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