A importância da criatividade em tempos de oportunidades e não de oportunismos
No quadro opinião, os agentes da Cultura ganham espaço para expressar ideias
O mundo ainda estava se recuperando da "crise mundial de 2008" e agora surge a "crise mundial de 2020", a maior crise do século XXI até o momento e provavelmente uma das maiores da história da humanidade. Uma situação que exigi novas reflexões, prioridades, pensamentos, questionamentos e soluções criativas imediatas! A Cultura sempre foi alvo de pensadores retrógrados vazios, fúteis e medíocres, os quais tentaram por muitas vezes aniquilá-la, porém todas sem sucesso. Os próprios assistem assombrados e atônicos a relevância da cultura, a qual na maioria das vezes é vista como algo supérfluo, mas no momento vem demostrando para o mundo suas incríveis contribuições no enfrentamento do corona vírus (Covid – 19).
Entretanto, observamos que o valor do petróleo despenca em prejuízos históricos nunca antes vistos, encolhimento da indústria automobilística, diversas moedas desvalorizadas, atravessadores dos respiradores mecânicos escancaram a sua ganância e os especuladores da bolsa de valores estão com ações pulverizadas. Enquanto isso, os serviços e empreendimentos pequenos, médios e grandes das plataformas online de livro, música, vídeo, audiovisual, fotografia, comunicação digital, serviço de entrega de gastronomia, divulgação digital, distribuição digital, serviços online, home office, serviços de criação, realização de live, atendimento online, inteligência artificial, artes digitais, marketing digital, dentre outros que crescem e se reinventam, estão valorizando-se em um crescimento extraordinário em ‘Tempos de Oportunidades e Não de Oportunismos’.
Vejamos: imagine a população ficar nesse Isolamento Social sem o pensamento criativo relevante da música, pintura, escultura, literatura, artes visuais, audiovisual, dança, moda, desenho, design, grafite, paisagismo, arte urbana, artes cênicas, artes circenses, artes gráficas, arquitetura, fotografia, jogos multimídia, rádio, tv, arte digital, arte sequencial, artesanato e gastronomia. Sim! Essas aqui citadas são todas as manifestações artísticas atuais e inevitavelmente a criatividade humana acrescentará outras nessa lista nos próximos anos e séculos. Por conseguinte, os desdobramentos criativos das manifestações artísticas possibilitaram criação, visibilidade, dinamização e/ou aperfeiçoamento do acesso digital de galerias de arte, museus, bibliotecas, livrarias, meios de comunicações, gestão cultural, gestão criativa, ensino educacional, projetistas criativos, engenharia criativa, formação profissional das artes, exposições artísticas, turismo online, computação gráfica entre outros, resultando em inúmeros serviços.
Portanto, a cultura está muito além de ser apenas lazer e entretenimento, cultura é conhecimento, reconhecimento, formação, reinvenção, sentido de vida, qualidade de vida, equilíbrio mental e libertação. A cultura se mostra atemporal e coerente com as causas humanas, que não pertencem ao passado, presente ou futuro, sendo assim, será sempre atual, salvando milhares de vidas do ódio, da raiva, do rancor, da opressão, do suicídio, da solidão, do desgosto, da depressão, das guerras, do autoritarismo, do preconceito, do isolamento... Não podemos subestimar a arte, cultura, inovação e a criatividade! Temos que nos proteger também do vírus do oportunismo que celebra o vazio, a futilidade e a mediocridade, o que massacra e fere o maior bem da humanidade, a alma humana!
Por Alan Alves, ativista, artista visual, pesquisador e gestor cultural
(Pós Graduado e Bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
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