Luz, câmera, ação: o que já sabemos sobre o novo curso de cinema e audiovisual da Univasf em Senhor do Bonfim (BA)
Graduação une tradição cultural e formação acadêmica para consolidar a presença do cinema no interior baiano
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| | Foto: Freepik | |
por Iasmin Monteiro
O campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Senhor do Bonfim (BA), vai ganhar uma nova modalidade: o bacharelado em cinema e audiovisual. O curso aprovado recentemente pelo Conselho Universitário (Conuni) da instituição.
A comissão responsável foi presidida pelo diretor de Arte, Cultura e Ações Comunitárias, Thiê Gomes, e pelos professores Francisco Rego, Letícia Oliveira, Fulvio Flores Torres, Pedro Maia e Reginaldo Carvalho, da Uneb. Eles construíram o projeto pedagógico do curso e passaram por todas as instâncias até que fosse aprovado pelo Conselho.
Segundo Thiê Gomes, Senhor do Bonfim já tem uma história com o cinema há mais de 100 anos e, nos últimos 60, tem produzido desde curtas e longas de ficção a documentários diversos. “A cena artística e cultural da cidade é potente. Em 2022, surgiu o Movimento Tito Rocha, que reuniu um coletivo diverso formado por cineastas, produtores culturais e artistas da região do Piemonte Norte do Itapicuru. Foi a partir desse movimento, com mais de 20 cartas e moções de apoio, que a ideia do curso ganhou força”.
O que já sabemos sobre o curso?
O curso deve ofertar 40 vagas no turno vespertino, com estrutura organizada em eixos temáticos que buscam abarcar os diferentes aspectos da formação em cinema e audiovisual. Esses eixos são: Realização e Produção; Teoria, Análise, História e Crítica; Linguagens; Economia e Política; e Artes e Humanidades.
“Cada eixo temático é desenvolvido de forma a oferecer uma base sólida em suas respectivas áreas, enquanto promove o diálogo interdisciplinar e a reflexão crítica sobre o papel do audiovisual na sociedade contemporânea”, relata Gomes.
A nova modalidade, apesar de aprovada, ainda não tem data para começar. O diretor ressalta que ainda são necessários infraestrutura e códigos de vagas para o corpo docente. Sabendo disso, os organizadores estão mobilizando deputados, prefeitos, vereadores e demais autoridades da região do Piemonte Norte do Itapicuru para dar início às aulas. Resolvidas essas questões, a previsão é de que o curso comece no segundo semestre de 2026.
A cidade, que já tem os pés na cultura, com celebrações como o São João e as tradicionais Guerras de Espadas e o Caroá, pode se tornar um polo de referência na exportação da cultura do norte da Bahia. Para Gomes, essa é uma oportunidade de revolucionar a história da região.
“Trazer cinema para o sertão é mostrar nossas formas de existir por meio dessa arte tão poderosa e transformadora. O curso irá fortalecer os coletivos e os diversos produtores que participam da cadeia produtiva do audiovisual da nossa região”.

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