Último dia para visitar a exposição ‘Entre o Visível e o Não - Visto’ de Cora Souza
Com entrada gratuita, o trabalho apresenta narrativas que unem memórias pessoais, periferia e ancestralidade negra
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| Foto: divulgação | |
por Iasmin Monteiro
A arte que emerge das periferias, volta para ela ressignificando o seu valor. Até hoje, sexta-feira (19), o público pode conferir a exposição “Entre o Visível e o Não - Visto”, da artista Cora de Souza, que está em exibição na Ducacto Studio, em Juazeiro, norte da Bahia, até às 21h, com entrada gratuita.
As obras instaladas no espaço, fazem parte do trabalho de conclusão de curso da artista Cora de Souza (ACOR), graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Sua pesquisa parte de um processo de criação que articula memórias pessoais, registros textuais íntimos e referências teóricas ligadas à identidade da pessoa negra em espaços urbanos.
A artista ressalta que o ponto de partida foi a vontade de construir um projeto que refletisse suas vivências, intercalando com imagens, memórias e objetos do cotidiano. “Essa pesquisa me despertou o desejo de pensar sobre ancestralidade e vivências em contextos periféricos. Aos poucos, percebi que esse percurso também trazia uma dimensão coletiva, ao discutir a necessidade de descolonizar o olhar”, afirmou.
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| Foto: divulgação | |
Nesse processo de redescobrir histórias e memórias, ela percebeu que as inspirações para o seu trabalho poderiam vir de diversos lugares: objetos comuns que carregam histórias afetivas, elementos da natureza que foram se transformando em símbolos visuais e leituras que discutem negritude e resistência.
Ao falar de periferias e pessoas negras, Cora visita um lugar familiar e invisibilizado. As dores, a arte e a resistência cultural que existem ali, pouco é valorizada e, muitas vezes, sequer lembrada como possibilidade de manifestação e símbolo cultural. “Minha intenção foi abrir espaço para que essas experiências fossem vistas, sentidas e discutidas, criando uma ponte entre o pessoal e o coletivo. Quero que o público seja provocado a olhar de outra forma para o que muitas vezes é naturalizado ou invisibilizado”, falou.
Na exposição, os visitantes poderão encontrar dois desenhos em grande formato, dois painéis de gravura, nove azulejos de cerâmica e duas instalações. Ela também apresenta alguns registros textuais e objetos que compuseram a poética dos trabalhos. Sendo assim, ela costura uma narrativa visual que conecta o íntimo, o social e a ancestralidade.
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