Samba de Véio é um dos dez novos Patrimônios Vivos de Pernambuco

by - agosto 17, 2022

 Conheça o perfil dos dez novos Patrimônios Vivos de Pernambuco

| Foto: divulgação |

Eleitos na última sexta-feira (12), os dez novos Patrimônios Vivos de Pernambuco serão intitulados numa grande cerimônia no Teatro de Santa Isabel, que acontecerá hoje (17). O evento marca as comemorações do Dia Nacional do Patrimônio Cultural no Estado e, além da diplomação, contará com a inauguração de uma placa em memória aos Mártires de Pernambuco; a entrega de certificados aos vencedores da 7º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural, bem como das placas aos homenageados do 30º Festival de Inverno de Garanhuns

Os novos Patrimônios Vivos de Pernambuco são: Mãe Dora (parteira e liderança religiosa, de Tacaratu); Samba de Véio da Ilha de Massangano (segmento de cultura popular, coco de roda, de Petrolina); Tata Raminho de Oxossi (mestre de cultura popular e tradicional, babalorixá, de Olinda); Banda de Pífano Folclore Verde (segmento de cultura Popular, banda de pífanos, de Garanhuns); Cavalo Marinho Boi Pintado (segmento de cultura popular, de Aliança); Mestre Calú (segmento de cultura popular e tradicional, mamulengueiro, de Vicência); Mágico Alakazam (segmento de circo, de Palmares), Associação Grupo Cultural Heroínas de Tejucupapo (teatro ao ar livre e apresentações culturais, artes cênicas, de Goiana); Cambinda Velha (espetáculo performático musical de matriz afroindígena, religião de matriz afro-brasileiras); e Leonardo Dantas Silva (jornalista e escritor, do Recife). 

SAMBA DE VÉIO DA ILHA DO MASSANGANO – COCO DE RODA – PETROLINA (SERTÃO DO SÃO FRANCISCO)

O Samba de Véio é uma manifestação cultural de tradição oral que possui algumas semelhanças com o samba de roda da Bahia, e com a dança do coco de Pernambuco, mas com características bem específicas. O grupo – formado por homens e mulheres em sua maioria negros descendentes de gerações vindas de quilombos e aldeias das margens do rio são Francisco, nascidos, criados e residentes da Ilha do Massangano, zona rural do município de Petrolina – teve origem há mais 100 anos.

Embora o nome, Samba de Véio, tenha aproximadamente 25 anos, são mais de 85 anos de origem nas tradicionais Festas de Reis da Ilha do Massangano, que ocorrem até os dias atuais. De influência indígena, africana e portuguesa, o ponto de destaque nas apresentações é quando uma das mulheres do grupo dança equilibrando uma garrafa na cabeça. Por valorizarem a importância da transmissão dessa manifestação cultural, em 2002 foi criado o grupo Samba de Véio “Mirim”, composto por crianças e jovens de 4 a 14 anos, as quais muitas são filhos e netos dos integrantes do Samba de Véio.

O escritor Ariano Suassuna, ao conhecer o grupo em 2004, passou a defender, promover e apoiar o Samba de Véio, tornando-se o padrinho do mesmo. Dessa maneira, o grupo ganhou uma maior visibilidade, principalmente na mídia, chegando a gravar seu primeiro CD, em 2005, através do Sesc. Suassuna, falecido em 2014, prefaciou o encarte do álbum. O registro de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco permite que o grupo possa ampliar suas ações socioculturais fortalecendo e dando continuidade à manifestação cultural denominada Samba de Véio.

[T] Ascom Secult-PE


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