Cia Biruta de Teatro estreia peça inspirada em Clarice Lispector nas ruas de Petrolina
Serão seis apresentações gratuitas entre 30 de novembro e 10 de dezembro
| Cristiane Crispim e Juliano Varela dividem a cena | Foto: divulgação | |
A Cia Biruta de Teatro estreia nesta quinta-feira o espetáculo 'História Lacrimogênica de Cordel (ou A Hora da Estrela)'. A temporada conta com seis apresentações gratuitas, distribuídas entre os dias 30 de novembro e 10 de dezembro, às 19h, nos bairros Rio Corrente e João de Deus, e nos projetos irrigados N-11 e C1.
A peça é uma adaptação da obra de Clarice Lispector e narra a história tragicômica de Macabéa, uma nordestina, do interior de Alagoas, que migrou para o Rio de Janeiro.
Em cena, um ator e uma atriz apresentam um jogo de metalinguagem, no qual encarnam a autora em um jogo de mascaramento e espelhamento, entre as personagens da história e sua criadora, uma Clarice também ficcionalizada. Na narrativa, Macabéa não é capaz de falar de si, sua voz é inventada, e as questões mais profundas de sua existência são comentadas pela autora em seu relato onisciente.
“O lugar da voz, no espetáculo, se apresenta enquanto elemento estético da metalinguagem que, na encenação para o teatro, também inclui não apenas a autora referenciada na obra literária, mas o ator e atriz criadores, que apresentam ao público um teatro mambembe e melodramático, a história encarnada e seus diversos personagens, através do uso de máscaras”, explica a atriz Cristiane Crispim.
Sob a direção de Antônio Veronaldo, a montagem é feita para a rua, evocando o teatro popular mambembe, os vendedores de cordéis na feira e os artistas de rua.
“Em nossa pesquisa, o melodrama e o teatro popular dialogavam bastante com a proposta do texto de ‘A Hora da Estrela’, o que nos instigou a pensar o espetáculo na rua, em contato com um público mais diverso e que, não necessariamente, iria o teatro para ver um texto de Clarice Lispector, conhecida como uma escritora hermética e intimista”, afirma Veronaldo.
Como elemento marcante, além da narrativa, o espetáculo traz ainda a máscara, como objeto cênico e recurso estético da própria escrita de Clarice Lispector.
Com incentivo do Governo de Pernambuco, através do edital Funcultura (2019/2020), apoio da Prefeitura Municipal de Petrolina e parceria com o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão/Campus Petrolina) e com o grupo de pesquisa LeaBrasil (IFSertão Petrolina), o espetáculo tem assistência de direção de Camila Rodrigues, a criação e confecção dos figurinos de Letícia Rodrigues, a criação e confecção de máscaras de Cristiane Crispim, a adaptação dramatúrgica de Camila Rodrigues, Cristiane Crispim e Juliano Varela, e a interpretação em Libras de Rita Silva e Ely Vieira. Cristiane Crispim e Juliano Varela encarnam as personagens.
Serviço
Quando: 30.11 a 10.12
Horário: às 19h
Onde: Rio Corrente, João de Deus, N-11 e C1
Entrada: gratuita
Classificação: Livre
Duração: 60 min
Programação
30.11 e 01.12 – às 19h – Praça CEU das Águas (área externa) – Rio Corrente;
02.12 – às 19h – Quadra Poliesportiva do N-11;
08.12 – às 19h – Praça do C-1 (ao lado do galpão da associação);
09 e 10.12 – às 17h30 – anfiteatro da Praça da Juventude – João de Deus.
[T] Ascom / Eneida Trindade
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