Dois livros para se aproximar do provocador-glamuroso Edy Star
Cantor juazeirense deixa um livro autoral e uma biografia assinada por três historiadores
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| Foto: redes sociais | |
Que Edy Star foi um artista ímpar que marcou a música brasileira com um rock glamuroso já se é notável. Que ele foi considerado o primeiro músico a assumir sua sexualidade homoafetiva no país é um feito para a representatividade LGBTQIAPN+. Mas, quais histórias estão por trás do multiartista sempre provocador e glamuroso? Separamos duas obras que podem ajudar a entender tanta complexidade.
Diário de um Invertido: Escritos Líricos, Aflitos e Despudorados
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| Capa do livro | |
Autor: Edy Star
Resumo: Celebrado como o primeiro artista brasileiro a assumir publicamente sua homossexualidade, numa bombástica entrevista de 1975, Edy Star já havia se aventurado antes disso a relatar corajosamente suas aventuras sexuais e afetivas. Cantor, dançarino, performer, compositor, artista plástico, dramaturgo e produtor teatral, fez as vezes de escritor no final dos anos de 1950, em Salvador. Escreveu um diário sobre suas estripulias sexuais, produziu contos e poemas homoeróticos, compilou anedotas mordazes sobre seus companheiros dissidentes. Diário de um invertido traz esse material à luz pela primeira vez – um clássico instantâneo sobre as experiências LGBTQIAP+ no Brasil.
Onde encontrar: Amazon; Estante Virtual;
Eu só fiz viver: a história oral desavergonhada de Edy Star
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| Capa do livro | |
Autores: Ricardo Santhiago, Igor Lemos Moreira, and others
Resumo: A história de Edy Star é a de um homem que poderia ter sido qualquer coisa – e que decidiu, corajosamente, ser ele mesmo. Com mais de sete décadas de carreira, ele acumula as designações de cantor, compositor, artista de circo, apresentador de TV, ator, dramaturgo, diretor, folclorista, pintor, gravador, figurinista e ícone da contracultura, tendo participado de alguns dos momentos mais eletrizantes da música e da cultura pop brasileira. Abstendo-se de cada um desses qualificativos para ser simplesmente artista em tempo integral, Edy Star guerreou com as muitas formas do preconceito e da perversidade. Tornou-se o showman da sua própria existência. Cantou, compôs, escreveu, compilou, encenou, pintou e bordou – mas sua grande obra é a sua vida corajosa, descarada e altiva.
Onde encontrar: Amazon; Estante Virtual;
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| Foto: divulgação | |
Morte do ícone:
Edy Star se encantou no último 27 de abril. Estrela —como destaca seu nome— era um juazeirense que saiu do Vale do São Francisco ainda jovem e marcou a música brasileira, principalmente o rock, com seu "glam". O cantor sofreu um acidente doméstico em casa e morreu aos 87 anos, em um hospital de São Paulo (SP).
A notícia foi dada por Ricardo Santhiago, seu biógrafo, nas redes sociais. “Edy viveu como quis — com arte, coragem e liberdade — e sempre merecerá nosso aplauso”, publicou.
Edivaldo Souza nasceu em Juazeiro, em 1938, e se mudou para Salvador na adolescência. Começou a carreira artística em rádios da capital baiana e seguiu uma carreira ímpar, trabalhou em circo, teatro, rádio e televisão, além da música, pela qual ficou conhecido. No final dos anos 1960, ganhou o país, trabalhou no Rio de Janeiro e em São Paulo. Depois, foi para outros países.
Grande amigo de Raul Seixas (1945-1989), o artista deixou um álbum inédito gravado no ano passado com o repertório do "Maluco beleza".
Cantou pela primeira vez em sua terra natal em 2013, no Festival Raiz & Remix, em seu único ano no Centro de Cultura João Gilberto. Em 2014, participou do festival Vale Curtas. Depois, veio mais duas vezes para o Victor Victória, concurso de beleza LGBTQIAPN+, além de uma outra para participar do Festival Edésio Santos da Canção.
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