Filmes selecionados para o II Cine Caatinga concorrem a prêmio em votação popular

by - março 24, 2021

 Festival é online e gratuito e celebra a produção audiovisual do Semiárido

| Troféu Cabrito Dourado será entregue aos vencedores em 11 categorias | Foto: Camila Rodrigues |

Sejam de ficção ou documentário, experimentais ou de animação, os filmes selecionados para a segunda edição do Cine Caatinga têm algo em comum: o fato de suas histórias e personagens se passarem nas diferentes paisagens do Semiárido brasileiro ou serem produzidas por artistas da região. As obras que integram o catálogo do festival já estão disponíveis e podem ser assistidas gratuitamente no site do evento (cinecaatinga.com.br). Os curtas-metragens também concorrem a várias categorias do troféu Cabrito Dourado, como é chamado o prêmio ofertado pela organização. Entre elas, está a de melhor filme segundo Júri Popular, que tem votação aberta até o dia 4 de abril, através de um formulário online (https://abre.ai/cabritodourado).

Os vencedores do troféu Cabrito Dourado serão anunciados no dia 8 de abril, às 19h, no canal do Youtube da produtora WW Filmes (youtube.com/wwfilmes). Os 40 curtas concorrentes ao prêmio foram selecionados após uma chamada pública aberta em fevereiro deste ano. Ao todo, o festival recebeu a inscrição de 112 produções, que foram analisadas por uma comissão julgadora formada por cinco pessoas do Vale do São Francisco.

De acordo com Wllyssys Wolfgang, curador e coordenador do II Cine Caatinga, a montagem da seleção final levou em conta critérios como pluralidade, inovação e pioneirismo. A representatividade também foi um fator relevante e se refletiu na própria comissão julgadora, que teve, entre seus participantes, três moradores da Comunidade Melancia, na Zona Rural de Casa Nova-BA. "A escolha de pessoas da comunidade rural se deu por dois importantes motivos: o de inclusão e o de oportunidade de sabermos como eles enxergam e/ou se reconhecem nessas produções audiovisuais", explica o coordenador.

Além dos filmes escolhidos para a seleção oficial, a organização ainda convidou outras seis produções de realizadores locais, que não serão consideradas na premiação final. Esses filmes também estão disponíveis no site do festival, compondo um catálogo, que, para Wolfgang, demonstra a criatividade das pessoas da região. "Além de criar um acervo que pode ser acessado gratuitamente, o Cine Caatinga também expõe uma produção pujante, criativa e plural, afastando aquele mito de que a produção no Semiárido Brasileiro é escassa", afirma.

Incentivo e valorização

O troféu Cabrito Dourado prevê a consagração de vencedores em 11 categorias. Algumas são tradicionais em premiações de cinema, como Melhor Direção e Melhor Atuação, mas outras foram criadas para valorizar iniciativas diferentes do comum. Alguns exemplos são o Prêmio Estímulo, voltado para linguagens e narrativas inovadoras, e o Prêmio Sustentabilidade, direcionado para produções sobre a Caatinga, bioma unicamente brasileiro.

Outra categoria de destaque elege o Melhor Curta Estudantil. Wllyssys Wolfgang, que também é cineasta e iniciou sua carreira justamente quando estudava, explica a importância desse troféu para quem está começando a produzir cinema. “Muitos(as) cineastas começam em escolas, em universidades ou até mesmo com pequenas narrativas filmadas por celular e editadas em algum aplicativo em casa. Em muitos casos, se sentem desestimulados a enviar para concorrer com produções de cineastas consolidados(as). Então, como forma de valorizar esse tipo de produção e estimular o crescimento e exposição, nós criamos essa categoria”, conta o coordenador do festival. 

Ainda segundo o curador do II Cine Caatinga, um dos objetivos do projeto é gerar renda em meio à pandemia, tanto através da contratação de equipe local para trabalhar no evento como pelo pagamento de cachê para os artistas envolvidos nos filmes selecionados. O próprio troféu Cabrito Dourado demonstra essa intenção, já que foi produzido manualmente por Emerson Silva, artista plástico de Petrolina. Para Wolfgang, os esforços empreendidos pela organização do festival têm valido a pena. “Nós quebramos todos os recordes que poderíamos ter estipulado. Em menos de 24h no ar, o streaming bateu mais de 1000 acessos e usuários assistindo às produções, votando, marcando mensagem, participando dessa grande festa do audiovisual do Semiárido Brasileiro”, revela o cineasta.

O II Cine Caatinga é coordenado pelos produtores caatingueiros Thiago Rocha e Wllyssys Wolfgang com a WW Filmes e tem produção executiva de Camila Rodrigues, assistência de seleção de Amanda Martins, assistência de produção e logística com Wyvys Reis e fotografia e edição de Jota Souza. O festival também contou com oficinas audiovisuais ministradas por Cristiane Crispim e Robério Brasileiro. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Texto: João Pedro Ramalho

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